Como ajudar um casal que acabou de perder um bebê?

Esse assunto é pouco falado, mesmo porque é muito difícil saber como ajudar alguém que perdeu um bebê.
Nunca sabemos o tamanho da dor da mãe ou do pai. E isso não depende da idade do bebê. Pode ter sido um aborto espontâneo com 10 semanas, pode ter sido uma complicação durante a gravidez, um bebê que nasceu morto ou mesmo um bebê que nasceu bem e morreu depois de dias ou meses.



Nessa matéria do Baby Center tem umas dicas importantes sobre o assunto:


O que fazer:

• Ouça o que os pais têm a dizer sobre a perda. Algumas pessoas acham que só é possível sentir tristeza por uma criança que chegou a viver algum tempo, mas o amor dos pais por um bebê não pode ser medido em semanas ou meses. Trata-se de uma relação que começa bem antes do nascimento. Não importa se o bebê morreu ainda no útero ou nos primeiros dias de vida-- a dor dos pais reflete o fim de esperanças, sonhos e expectativas para o futuro.

• Visite, telefone, mande um email ou uma planta. Passe por cima do desconforto da situação e mostre-se presente. Muitos pais e mães sentem-se absolutamente sozinhos depois da perda, e uma ligação mostrará que há pessoas pensando e torcendo por eles. Não se ofenda, contudo, se eles demorarem ou não retornarem o seu telefonema.

• Expresse o quanto sente pelo que aconteceu, mesmo que seja para dizer "Sinto muito", "Não posso nem imaginar como você deve estar se sentindo" ou "Só queria te dizer que estou pensando em você".

• Dê um abraço apertado também no pai, e não só na mãe, porque ele também precisa de apoio.

• Não tenha receio de conversar sobre a perda. Ao perguntar "Como vocês estão indo?", você dá chance aos pais de botar para fora o que estão sentindo. Não são todas as pessoas que preferem falar, mas muitas vão se sentir melhor. Deixe que eles contem o que desejarem, mesmo que sejam detalhes desagradáveis. Não tenha medo de demonstrar os seus próprios sentimentos. Não tem problema chorar na frente deles, nem deixar que eles chorem na sua frente.

• Lembre-se das datas importantes nas próximas semanas e meses, como quando o bebê deveria ter nascido, aniversário da morte, Dia das Mães e dos Pais. Um telefonema ou visita nessas horas será especial para seus amigos.

• Ofereça ajuda específica, em vez de dizer "Se precisar de alguma coisa, é só avisar". Muitas pessoas que vivem momentos difíceis não se sentem à vontade de pedir nada, seja ao vivo ou por telefone. É geralmente melhor perguntar alguma coisa direta, como "Vou ao supermercado mais tarde. Do que vocês estão precisando? Posso trazer" ou "Vou pegar as crianças aí amanhã, assim vocês descansam um pouco".

• Esteja ciente de que alguém que acabou de perder um bebê pode ter dificuldade de ficar perto de uma amiga grávida ou com crianças pequenas. Por outro lado, muitos casais se ressentem porque os amigos com bebês parecem evitá-los. Assim sendo, se você está grávida ou tem uma criança novinha e pretende visitar, é sempre bom perguntar se não tem problema ou vai causar algum incômodo. 




O que NÃO fazer:

• Não "fuja" da família por não saber o que dizer. Não espere para conversar com eles só quando souber o que é "mais certo" dizer em uma hora dessas. Evite falar que sabe o que eles estão sentindo, a menos que realmente tenha passado por uma experiência semelhante. Limite-se a expressar seu pesar de uma maneira sincera e, acima de tudo, esteja lá para ouvi-los, mesmo que em silêncio.

• Não fique teorizando sobre como um pai ou mãe nessa situação deveriam se sentir. Cada uma reage às adversidades à sua maneira e a seu tempo. Ficar sugerindo, por exemplo, que alguém deve ser forte ou que já deveria ter superado a perda provavelmente piora o estado de espírito da pessoa, assim como incentivar a chorar quando isso não vem naturalmente.

• Não tente encontrar um jeito de explicar o que aconteceu, dizendo, por exemplo "Deus sabe o que faz" ou "Foi melhor assim". Não é hora também de sugerir "Logo logo vocês tentam de novo". Embora suas intenções sejam boas, esse tipo de declaração não ajuda em nada nesse momento.

• Não subestime o impacto da perda nos irmãos, mesmo que eles sejam pequenos. As crianças costumam entender bem mais do que demonstram. Se você for próxima, converse e dê atenção a elas também.

• Não presuma que uma nova gravidez ou outro bebê vai apagar a dor pela perda anterior. Crianças não são substituíveis, e a maioria dos pais e mães continua a carregar a tristeza pela perda por muitos e muitos anos.

2 comentários:

  1. Li sua matéria na Revista Pais e Filhos e comente lá, mas quero parabeniza-la mais uma vez pela coragem de abordar este tema tão doloroso e que é evitado pela maioria das pessoas.
    Depois se quiser, pode visitar meu blog, também perdi um bebê e hoje estou grávida novamente. Lá conheci muitas mães que também perderam seus filhos e é assim que nos ajudamos diariamente e com isso nos tornamos amigas virtuais, porém, muito reais, pois só nós nos entendemos!

    Com carinho e gratidão,

    Roberta
    http://estamosjuntoseoqueimporta.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Paola, impressionante a forma como você descreveu este texto. Ele traduz perfeitamente tudo aquilo que uma mãe que perde seu bebê passa. Parabéns pela matéria. Li no site da revista, mas aqui está muito mais completo.

    Um grande abraço
    Grayce

    Assim como a Roberta, deixo o endereço do meu blog
    http://meusanjoseeu.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir