Dez passos para uma alimentação saudável by Maria Flor

Esse texto foi escrito pela Maria Flor Calil para a coluna "Só no site" da Revista Pais e Filhos.

E como sempre, ela fala de assuntos importantes da maternidade!

Dez passos para uma alimentação saudável

É fato, quando se trata da alimentação dos filhos, toda mãe vira uma espécie de leoa! Mas, gente, é muita responsabilidade mesmo. Afinal, começamos a nutrir esse ser tão amado quando ele ainda mora na nossa barriga. Tudo o que ingerimos, vai de um jeito ou outro chegar ao bebê. Quando ele nasce, seu alimento é o nosso leite. E sabemos que para muitas mães amamentar não é um processo fácil... O bebê vai crescendo e começamos a oferecer outros alimentos. Tem criança que come super bem, outras dão um trabalhão. Quando ficam doentes, todas, sem exceção, perdem o apetite e nós, quase perdemos o juízo! Mas que bom, há luz no fim do túnel! Semana passada estive em um encontro de mães blogueiras, proporcionado pela Nestlé, e com a mediação da Dra Ana Teresa Londres, pediatra com especialização em nutrologia pediátrica. Entre receitas e muito bate-papo sobre o assunto que mais preocupa as mães, ela nos ensinou esses 10 passos de ouro para uma alimentação saudável, que compartilhamos com vocês:

PASSO 1 – Dar somente Leite Materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos.
• O leite materno contém tudo o que a criança necessita até o 6°mês de idade, inclusive a água, além de proteger contra infecções.

PASSO 2 – A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.
• A partir dos seis meses, o organismo da criança já está preparado para receber alimentos diferentes do leite materno, que são chamados de alimentos complementares.
• Mesmo recebendo outros alimentos, a criança deve continuar a mamar ao peito até os dois anos, pois o leite materno continua alimentando a criança e protegendo-a contra doenças.
• Com a introdução da alimentação complementar, é importante que a criança beba água nos intervalos das refeições.

PASSO 3 – Após os seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada.
• Sugere-se que para as crianças em aleitamento materno sejam oferecidas, sem esquema rígido de horário, três refeições complementares: uma no período da manhã, uma no horário do almoço e outra no final da tarde ou no início da noite.
• Para as crianças já desmamadas, devem ser oferecidas três refeições e dois lanches, assim distribuídos: no período da manhã (desjejum), meio da manhã (lanche), almoço, meio da tarde (segundo lanche), final da tarde ou início da noite (jantar).
• Algumas crianças precisam ser estimuladas a comer (nunca forçadas).

PASSO 4 – A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança.
• Crianças amamentadas no peito em livre demanda desenvolvem muito cedo a capacidade de autocontrole sobre a ingestão de alimentos, aprendendo a distinguir as sensações de saciedade após as refeições e de fome após o jejum (período sem oferta de alimentos). Esquemas rígidos de alimentação interferem nesse processo de autocontrole pela criança.
• O tamanho da refeição está relacionado positivamente com os intervalos entre as refeições. Grandes refeições estão associadas a longos intervalos e vice-versa.
• É importante que as mães desenvolvam a sensibilidade para distinguir o desconforto do bebê por fome de outros tipos de desconforto (sono, frio, calor, fraldas molhadas ou sujas, dor, necessidade de carinho) para que elas não insistam em oferecer alimentos à criança quando esta não tem fome.

PASSO 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família.
• No início da alimentação complementar, os alimentos oferecidos à criança devem ser preparados especialmente para ela, sob a forma de papas / purês de legumes / cereais / frutas. São os chamados alimentos de transição.
• A partir dos oito meses, podem ser oferecidos os mesmos alimentos preparados para a família, desde que amassados, desfiados, picados ou cortados em pedaços pequenos.
• Sopas e comidas ralas / moles não fornecem energia suficiente para a criança.
• Deve-se evitar o uso da mamadeira, pois a mesma pode atrapalhar a amamentação e é importante fonte de contaminação e transmissão de doenças.
• Recomenda-se o uso de copos (copinhos) para oferecer água ou outros líquidos e oferecer alimentos semi-sólidos e sólidos com a colher.

PASSO 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é, também, uma alimentação colorida.
• Desde cedo, a criança deve acostumar-se a comer diferentes tipos de alimentos.
• Só uma alimentação variada evita a monotonia da dieta e garante a quantidade de ferro e vitaminas que a criança necessita, mantendo uma boa saúde e crescimento adequados.
• Os sucos de frutas cítricas, ricos em vitamina C como laranja e limão, ajudam na absorção do ferro dos alimentos.
• A formação dos hábitos alimentares é muito importante e começa muito cedo. É comum a criança aceitar novos alimentos apenas após várias tentativas.
• Os alimentos devem ser oferecidos separadamente, para que a criança aprenda a identificar as suas texturas, cores e sabores. Colocar as porções de cada alimento no prato sem misturá-los.

PASSO 7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
• As crianças devem acostumar-se a comer frutas, verduras e legumes desde cedo, pois esses alimentos são importantes fontes de vitaminas, cálcio, ferro e fibras.
• Para temperar os alimentos, recomenda-se o uso de cebola, alho, óleo, pouco sal e ervas (salsinha, cebolinha, coentro).

PASSO 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.
• Açúcar, sal e frituras devem ser consumidos com moderação, pois o seu excesso pode trazer problemas de saúde no futuro. O açúcar somente deve ser usado na alimentação da criança após um ano de idade.
• Esses alimentos não são bons para a nutrição da criança e competem com alimentos mais nutritivos.
• Deve-se evitar dar à criança alimentos muito condimentados (pimenta, mostarda, “catchup”, temperos industrializados).

PASSO 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados.
• Para uma alimentação saudável, os alimentos devem ser frescos, maduros e em bom estado de conservação.
• Os alimentos oferecidos às crianças devem ser preparados pouco antes do consumo; nunca oferecer restos de uma refeição.
• Para evitar a contaminação dos alimentos e a transmissão de doenças, a pessoa responsável pelo preparo das refeições deve lavar bem as mãos e os alimentos que vão ser consumidos, assim como os utensílios onde serão preparados e servidos.
• Os alimentos devem ser guardados em local fresco e protegidos de insetos e outros animais.
• Restos de refeições que a criança recusou não devem ser oferecidos novamente.

PASSO 10 – Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.
• As crianças doentes, em geral, têm menos apetite. Por isso, devem ser estimuladas a se alimentar, sem, no entanto, serem forçadas a comer.
• Para garantir uma melhor nutrição e hidratação da criança doente, aconselha-se oferecer os alimentos de sua preferência, sob a forma que a criança melhor aceite, e aumentar a oferta de líquidos.
• Para a criança com pouco apetite oferecer um volume menor de alimentos por refeição e aumentar a freqüência de oferta de refeições ao dia.
• Para que a criança doente alimente-se melhor, é importante sentar-se ao lado dela na hora da refeição e ser mais flexível com horários e regras.
• No período de convalescença, o apetite da criança encontra-se aumentado. Por isso, recomenda-se aumentar a oferta de alimentos nesse período, acrescentando pelo menos mais uma refeição nas 24 horas.
• Enquanto a criança come com sua própria colher, a pessoa responsável pela sua alimentação deve ir oferecendo-lhe alimentos com o uso de outra.

Fonte: Adaptado Ministério da Saúde/OPAS (2005) e Sociedade Brasileira de Pediatria (2006)

Um comentário:

  1. Oi Paola,

    Estou começando a oferecer frutinhas para o meu bebê e adorei o post!

    Beijos,
    Dulce
    www.dulcecampos.com.br

    ResponderExcluir