Cinco motivos para não adiar a gravidez

Tenho acompanhado várias mulheres, no consultório, que estão tentando engravidar.
A grande maioria está entre os 30 e 40 anos.
E o que ouvimos falar entre as pessoas é que hoje em dia não precisamos mais nos preocupar com isso, pois a medicina de reprodução humana está muito avançada.
Realmente ela vem fazendo progressos maravilhosos, mas não podemos nos esquecer que o corpo humano continua funcionando da mesma maneira que há 100 anos, ou seja, ele envelhece e perde algumas funções. E algumas vezes, nem a medicina pode ajudar.

Se você tem dúvidas quanto à sua fertilidade, existem dois exames que podem mostrar como está seu corpo. A qualidade dos óvulos é vista com um exame de sangue que se chama Anti-mulleriano, e das trompas com a Histerosalpingografia, onde vemos se o caminho das trompas está obstruído ou não.

Com isso, você pode saber exatamente o que está acontecendo com seu corpo e tomar uma atitude, seja ela adiantar a maternidade ou ficar tranquila por mais um tempo.




Aqui vão os 5 motivos para não adiar a gravidez

1) Queda natural da fertilidade

A queda na fertilidade com o avanço da idade é um fato biológico. Estima-se que a chance de gravidez por mês é de aproximadamente 20% nas mulheres abaixo de 30 anos, mas de apenas 5% nas mulheres acima dos 40. Mesmo com os tratamentos para infertilidade, como a fertilização in vitro, a fertilidade diminui e as chances de um aborto espontâneo aumentam após os 40.

Há várias explicações para esse declínio de fertilidade: condições médicas, mudanças na função ovariana e alterações na liberação dos óvulos pelos ovários. 
Exames de fertilidade, como a histerosalpingografia ou a laparoscopia, podem ser requisitados para diagnosticar algumas dessas condições. 


2) Alterações nos ovários
Devido a algumas doenças que podem causar a infertilidade em casais acima de 40 anos, a queda nas chances de engravidar é mais frequente devido às mudanças naturais que ocorrem nos ovários da mulher.

Quando a mulher atinge a menopausa, que normalmente ocorre entre os 40 e os 56 anos de idade, há apenas alguns óvulos remanescentes. Esses óvulos restantes geralmente não respondem bem às secreções de FSH e LH da hipófise e os níveis desses hormônios na corrente sanguínea aumentam no intuito de estimular os ovários.

Um nível elevado de FSH no sangue no terceiro dia do ciclo menstrual sugere que o ovário não está respondendo normalmente aos sinais da hipófise. Essa falta de resposta ovariana é uma evidência indireta de baixa qualidade do óvulo. A diminuição da resposta do ovário ao FSH e LH da hipófise resulta em uma baixa no estrógeno e na progesterona produzidos pelo ovário.


3) Envelhecimento dos óvulos

À medida que a mulher envelhece, os óvulos remanescentes também envelhecem, tornando-se menos capazes de serem fertilizados pelos espermatozóides. Outro fator a ser ponderado é que a fertilização desses óvulos está associada a um risco maior de alterações genéticas. Por exemplo, alterações cromossômicas, como a Síndrome de Down, são mais comuns em crianças nascidas de mulheres mais velhas. Há um aumento contínuo no risco desses problemas cromossômicos conforme a mulher envelhece.

Quando os óvulos com problemas cromossômicos são fertilizados, eles têm uma possibilidade menor de sobreviver e crescer. Por essa razão, mulheres que estão acima dos 40 têm um risco aumentado de abortos espontâneos também. 

4) Necessidade de acompanhamento médico

Quando uma mulher com a idade mais avançada decide engravidar, é importante que ela procure o aconselhamento médico. Se o médico identificar qualquer problema físico que possa afetar suas chances de engravidar, ou se ela estiver tentando conceber por mais de 6/12 meses, ela deve procurar um especialista de infertilidade.

Atualmente, o tratamento da infertilidade encontra muitas opções terapêuticas no Brasil. Muitas vezes, a gravidez é obtida com condutas mais simples que a reprodução assistida. Entretanto, algumas vezes nenhum problema específico é identificado por meio dos exames e a infertilidade é inexplicada.

Na presença de infertilidade inexplicada ou quando os tratamentos convencionais fracassam, tratamentos avançados de infertilidade, tais como a superovulação com inseminação intra-uterina programada (SO-IUI) ou a fertilização in vitro (FIV) podem ser sugeridos, informando à paciente que, assim como em qualquer outro tratamento, a idade afeta as chances de gravidez. 



5) Aparecimento de doenças crônicas

Mulheres portadoras de doenças crônicas, tais como pressão alta e diabetes, também merecem atenção especial e aconselhamento do obstetra ou neonatologista, antes de tentar a gravidez.

Estes profissionais podem fornecer informações quanto ao curso da gravidez para uma mulher com tal condição médica. É importante que essas doenças estejam bem controladas antes da tentativa de engravidar.

Mesmo sem apresentar pressão alta e diabetes pré-existentes, essas condições se desenvolvem mais comumente em mulheres que concebem após os 35 anos. Como resultado desse risco aumentado, exames e monitoramento especiais podem ser recomendados durante a gravidez.




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